“A causa do sofrimento não é a mente luminosa que constrói as realidades. A causa do sofrimento é nós nos fixarmos nas realidades construídas, é nós tomarmos refúgio nas realidades construídas. Como por exemplo num jogo de xadrez: pela originação dependente, a gente atribui um significado para cada peça. Atribui um significado para o tabuleiro e para as regras. Aquilo se torna um instrumento de sofrimento para nós, aquilo brota pela origem dependente: não tem cavalo, não tem rei, não tem rainha, não tem peão, não tem tabuleiro, não tem regra, não tem nada.
Qualquer criança é mais lúcida do que nós, porque eles jogam aquelas peças para todo o lado e pronto. Elas têm a natureza livre da mente. E nós: “não! Não mexe! Não toque, não isso, não aquilo!” Nós estamos fixados a significados que foram colocados em cima daquilo. Nós ficarmos aprisionados aos significados que foram atribuídos sobre coisas é o sofrimento do samsara, o sofrimento da ignorância. Nós podemos jogar xadrez sem ficar presos. Mas nós podemos ficar presos e jogar presos, como se aquilo fosse nós mesmos.”
“Essencialmente, precisamos entender que as realidades são construídas e que nós nos ligamos a elas. Mas nós não somos as construções, nós somos a natureza livre que constrói. Esse é o legado do Buda. Se nós seguirmos treinando e meditando, a gente vai tomando refúgio nessa natureza livre e não nas coisas que são construídas, pois elas são frágeis e impermanentes, não importa o tamanho que elas tenham.”
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O som está bom, apesar do problema ocorrido com a imagem do vídeo.