A depressão é uma condição intensa de aprisionamento numa bolha, onde temos uma redução das cinco sabedorias, então o caminho melhor seria reimplantá-las de algum jeito.
A pessoa assim tem dificuldade de olhar compassivamente, ela olha tudo girando ao redor de si mesma. Se a gente consegue de algum modo ajudar a outra pessoa a ver outros seres, a pessoa pode rapidamente sair disso.
Essencialmente, precisaríamos ver as cinco sabedorias: se a pessoa está depressiva e puder, por um momento, entender o outro pelo mundo do outro, a depressão acaba. Se a pessoa puder olhar para o mundo do outro e se alegrar com o que está acontecendo no mundo do outro, acabou a depressão. Se a pessoa puder ter uma consciência sobre como é que a vida opera, a pessoa abre os olhos e nunca mais entra em depressão. Se ela tiver a capacidade de decidir fazer coisas positivas e evitar coisas negativas, não se perturbar com as ações dos outros ao redor, ela está realmente livre da depressão. Se ela conseguir entender as flutuações ao redor e não fazer flutuar o que há de mais profundo dentro dela, ela saiu da depressão.
Qualquer uma dessas cinco formas poderá ajudar a outra pessoa. No sentido profundo, essas portas que eu estou descrevendo são cognitivas, mas há uma dimensão mais profunda, que é a dimensão da energia. Essa energia nos tira da depressão quando olhamos os outros no mundo deles. A sabedoria de sambogakaya, que tem um aspecto cognitivo acompanhado de uma energia, não é uma ideia neutra, é acompanhada de uma energia poderosa.
A depressão é uma condição intensa de aprisionamento numa bolha, onde temos uma redução das cinco sabedorias, então o caminho melhor seria reimplantá-las de algum jeito. A forma mais direta é a energia, pois, muitas vezes, as pessoas não aceitam pelo aspecto cognitivo.
Pergunta feita durante o Retiro de Verão de 2014, no CEBB Caminho do Meio.
