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Budismo, meditação e cultura de paz | Lama Padma Samten

O que significa manter virtude na hora da morte?

Transcrição de uma resposta do Lama Padma Samten a uma pergunta durante o retiro Conselhos sobre a morte, no CEBB Caminho do Meio, em outubro de 2014.
Lama Padma Samten: Num sentido absoluto, é manter a clareza. A virtude diz respeito a manter a clareza da mente, esse é o aspecto mais profundo. Por exemplo, a virtude está ligada à moralidade. A moralidade é a lucidez. A quebra da moralidade é a ignorância. Junto com a quebra da moralidade tem uma variedade de opções de quebra de moralidade, mas todas elas estão ligadas à ignorância. Manter a virtude é manter a lucidez. Manter a lucidez é romper os 12 elos. Manter uma clareza que ultrapassa a ignorância, avidya.
Dito assim, é fácil, mas se a gente não consegue isso, a gente pode fazer coisas mais simples. Por exemplo, manter uma lucidez maior e reduzir a estrutura cármica seria melhor, então, a gente poderia, por exemplo, perdoar todas as pessoas que aprontaram para nós ou não. Não importa se aquilo é verdade ou não é, a gente libera. Por outro lado, não importa se as pessoas saibam ou não o que a gente fez de errado ou certo. A gente libera também as coisas que a gente fez. A gente diz: “bom, agora que o jogo está terminado, passou né? Aquilo não tem essa importância”.
Quando nós estamos imersos nas coisas todas, tudo tem muita importância, mas na hora da morte isso estará se dissolvendo, estará terminando. A gente se dá conta que isso não tem importância. Além do mais, a gente não leva absolutamente nada, nada. O jogo encerra. Então, a gente se perdoa. Podemos pensar assim: “eu me enganei várias vezes, me enganei múltiplas vezes, mas se tem algum culpado disso, não sou eu, porque, afinal, eu nem sei como é que eu apareci por aqui. Deve ter um culpado lá nas alturas. Que ele olhe por mim e entenda, né? Eu sou uma criatura, eu fui criado no meio disso. Eu não tenho o domínio sobre os processos. Eu não entendo isso. Eu fiz o que eu pude, e eu fiz muita coisa errada, mas eu não quero fazer a coisa errada e nem quis. Não sei como resolver isso direito. Agora eu to chegando no final da vida. No mínimo, que alguém me perdoe. Eu perdoo os outros e ficamos assim, zero a zero. E eu já vou indo.”
Se a pessoa tem uma conexão com o Buda Sakiamuni ou uma conexão com Prajnaparamita, ela pode colocar um CD do Prajnaparamita e ouvir o mantra OM GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODISOHA e fazer a passagem.
Eu acho também muito útil ler as histórias dos mestres, porque essas histórias tocam regiões sutis da nossa mente, que a gente nem sabe que tem. Elas melhoram os nossos sonhos e melhoram com certeza os sonhos da morte. Essa é uma instrução para faixa 4. Ela não é uma instrução analítica, mas é alguma coisa que move a nossa imaginação. É realmente muito útil. Durante a vida que vocês ainda têm por mais alguns meses, mais alguns dias ou mais alguns anos, algumas décadas talvez, vocês podem ler antes de dormir. Leiam um pouco as histórias dos mestres, um, depois o outro, e aquilo vai indo aos poucos. Eles vão povoar a imaginação de vocês.
Todos nós somos um pouco esses mestres também. Entendendo ou não entendendo o que eles fizeram, aquilo ressoa dentro de nós e isso povoa os nossos sonhos. A gente aproveita melhor o período da noite. Tem sonhos melhores, sonhos intuitivos e a gente pode acessar coisas assim. Então, a gente vai indo. Isso é uma instrução para faixa 4, para essa região mais intuitiva. Essa região é super importante para o processo da morte. A nossa continuidade vai ser por ali.

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