Eu acho que o melhor processo para melhorar os sonhos é melhorar a prática do cotidiano. Então, praticar especialmente metabhavana e manter a compreensão da vacuidade das coisas: “isso é, isso não é, isso é”. Isso vai melhorar os sonhos com certeza. Se a pessoa puder também praticar shamata, isso é maravilhoso. Se puder praticar presença, se puder praticar presença luminosa como Tenzin Wangyal descreve, maravilhoso. Porque, na medida em que a nossa mente é treinada, a mente mesmo não dorme, então, se a gente tiver acesso a esse lugar, a gente atravessa os bardos, e aí todos os bardos são a mesma coisa.
O bardo do sonho surge separado do bardo da vida porque há uma ignorância específica, mas se a gente vai ultrapassando essa ignorância há uma condição que está além dos bardos. Então, eu acho melhor manter essa prática.
Pergunta: Isso se relaciona com ir limpando aspectos cármicos mais profundos?
Acho que isso vai limpando esses aspectos cármicos profundos e os sonhos vão se alterando totalmente. Mas também tem métodos práticos, do tipo: antes de dormir não assista o noticiário, de preferência leia alguma coisa mais profunda. Se a pessoa, por exemplo, todos os dias conseguir ir estudando os textos, visualizando e olhando, especialmente antes de deitar, se a pessoa puder fazer isso, ela encaminha o sonho, especialmente se a pessoa ainda, depois de estudar, pensar: “deixa eu guardar bem isso”, isso é uma boa coisa. Ou se ela disser: “bom, durante a noite, quero descobrir tais coisas”. Isso encaminha a direção onde a mente vai
atuar.
Ensinamento oferecido por Lama Padma Samten em 11 de abril de 2018, no templo do CEBB Caminho do Meio.
Transcrição: Clarissa Gleich
Edição: Stela Santin