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Budismo, meditação e cultura de paz | Lama Padma Samten

"Guru Rinpoche é quem desenha a si mesmo" | Lama Padma Samten

Ensinamento dado por Lama Padma Samten na tarde do dia 8 de Abril de 2017, durante o retiro “Prajnaparamita: convidando as aparências para o caminho”, no CEBB Caminho do Meio
Por exemplo, a gente olha uma foto. Daí tem uma forma. A gente pode ter sensações, tem percepção, tem formação mental e tem consciência associada àquela foto. No entanto, naquela foto só tem papel e toner. Não tem a forma, mas eu vejo a forma. Mas não tem a forma, mas eu vejo, mas não tem, mas eu vejo. Esse é um ponto interessante, porque a arte nos ajuda a ver isso. A gente começa a entender que aquela forma que a gente vê na foto está ali, mas não vem do papel nem do toner. Isso é super importante, porque a seguir vamos falar da não-dualidade. Eu surjo como quem vê aquela foto daquele modo; aquela foto surge de um modo coemergente. Porque eu estou em uma posição de mente, aquela foto surge daquele modo.
Eu pego a foto de um filho e chamo uma outra pessoa: “Não é a menina mais linda que poderia haver?” e a pessoa responde: “eu acho que é uma menina, mas a minha é mais linda”. Aí tem esse aspecto que é a perspectiva de cada um. O próprio conceito de beleza, de atração, é um conceito interessante, que revela nossa estrutura mental, as marcas mentais que estamos utilizando. Aí nós vemos que as coisas brotam a partir dessas características, e isso nos ajuda a compreender que as coisas não são fixas.
(…)
Essa noção do surgimento da realidade a partir da dimensão não-separativa termina surgindo e manifesta essa arte. Mesmo a arte grega, como as esculturas, por exemplo, eu não encaro como representação do aspecto humano, mas representação do aspecto sutil da realidade, eu prefiro pensar assim. Quando temos uma figura em pedra, dizemos: bom, ela está glorificando a beleza do corpo humano, o que é a interpretação comum. Eu prefiro interpretar de outro modo: ela está revelando algo sutil.
Uma imagem de Apolo em pedra revela de fato o Apolo; uma imagem de Vênus em pedra revela de fato Vênus. Porque quando nós olhamos, nós vemos apenas a pedra, nós não temos outra coisa para olhar a não ser a pedra, mas na pedra surge Vênus. Por exemplo, a pessoa olhar para um homem ou uma mulher e achar bonito, parece um atributo daquela pessoa. Mas eu não estou olhando para uma pessoa, eu estou olhando para pedra; daí eu vejo que aquilo não pode vir da pedra.
É uma imagem muito parecida com uma imagem vajrayana, tibetana ou indiana, na qual a deidade se expressa na pedra, porque produz emoção na pessoa. A pedra não produz emoção, mas aquela pedra daquele modo produz emoção; mas ali não tem nada mais que a pedra mesmo. Então o artista é uma espécie de mágico, ele apresenta o aspecto real da deidade. Esse é um ponto interessante. Eu sempre tenho a sensação de que Guru Rinpoche é que desenha a si próprio, porque a pessoa, para poder se desenhar, tem que ter uma emoção, senão ela não tem a energia para conduzir o trabalho. Se ela tem essa energia, a energia já é Guru Rinpoche, que termina se manifestando a si mesmo ali. É um aspecto sutil dentro disso.
Veja ensinamento completo no vídeo (a partir de 44m29s):

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