Vigília pela Terra

Boa tarde, pessoal.
Nenhuma parte do nosso corpo é nossa. Todas as partes do nosso corpo já foram partes de corpos de outros seres vivos.
Sua Santidade, o Dalai Lama enviou uma carta para esse evento, apoiando a nossa iniciativa e destacando a importância da COP30.
Ele esteve em 1992, na Eco 92, no Rio. De lá para cá, muitas palavras se derramaram. Mas, efetivamente, nós não tivemos nenhuma novidade.
A novidade que a gente teve de lá para cá é que nós estamos nos conscientizando que as palavras não são suficientes.
Porque nós entendemos todas as coisas, mas a humanidade segue impulsionada de um modo destrutivo.
Nós estamos aqui reunidos dando um exemplo. Nós pertencemos a diferentes tradições religiosas, pela iniciativa do ISER e pela iniciativa das religiões do clima.
Nós buscamos a transformação de consciência. Se nós não obtivermos as transformações de consciência, nós não temos nenhuma mudança efetiva a partir das leis ou a partir das normas.
Nós temos muita dificuldade de, mesmo que tudo seja entendido, transformar isso em comportamentos efetivos.
O petróleo que nós já descobrimos, que nós já encontramos, se queimado, vai transformar a nossa atmosfera em algo irrespirável.
Eu convido a cada um, na sua conexão com as suas fontes de refúgio, que rezem, peçam que nós possamos tomar outro rumo.
Quando nós rezamos, o nosso coração se abre. Quando nós imaginamos que as normas vão resolver, o nosso coração se fecha.
Nós precisamos abrir o nosso coração, abrir a nossa visão, tanto de espaço como de tempo.
Nós não vamos aspirar a ser a última geração de seres humanos desse tempo. Esse tempo já tem um nome, que é antropoceno.

É o tempo no qual a destruição vem, e a destruição vem. É o tempo no qual a destruição vem pelos próprios seres humanos.
Mas nós ainda podemos fazer essas transformações. De um lado, todos nós acreditamos que as transformações sejam possíveis.
Então que a gente abra o coração, que a gente reze, que a gente convide os outros para abrirem o coração.
Porque pelas normas, pelas regras, pela legislação, nós não vamos conseguir fazer as transformações.
Então, a organização me pediu que eu conduzisse uma meditação.
Eu vou convidá-los a recitar o mantra de Tara.
Então no budismo se fala do Buda, mas há o Buda em corpo feminino também.
O Buda em corpo feminino é como a mãe que nos socorre.
Então se nós abrirmos nossos corações e pedirmos para a grande mãe Terra, para a grande mãe compassiva, que todos nós sabemos quem é, aquilo que a gente acredita é que a grande mãe é a grande mãe.
A grande mãe tem muitas faces.

Então esse é o tempo em que nós deveríamos rezar para a grande mãe.
Então eu vou fazer a recitação, inicialmente as preces em tibetano, como eu aprendi com o meu mestre.
E vocês se souberem acompanhem. Depois eu vou recitar o mantra.
O mantra é repetitivo, então nós podemos facilmente seguir isso.
Eu acho que alguém podia me ajudar aqui também. O Henrique que está aí por perto.
Eu acho que as meninas podiam vir, né? Então, obrigado.
DJE TSUM PAG MA DROL MA TCHED TCHEN NO
GAL TCHIEN KUN SEL SAM DON NIUR DRUB DZOD

OM TARE TAM SOHA OM TARE TAM SOHA OM TARE TAM SOHA OM TARE TA SOHA
Bom…

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODI SOHA

Que os méritos desse encontro se expandam e toquem a todos.
Que o mestre universal da paz e da compaixão, sua Santidade o Dalai Lama, juntamente com todos os mestres de todas as tradições que veiculam essa mensagem, tenham longa vida.
Que todos estejam a salvo de gerar pensamentos negativos, o obstáculo mais destrutivo.
Que estes pensamentos nunca surjam em nossa mente, e que todos os seres tambpém estejam livres de pensamentos negativos.