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Budismo, meditação e cultura de paz | Lama Padma Samten

O que é terra pura?

Sakyamuni Buddha


Lama Padma Samten: A terra pura é uma bolha. As mandalas já não são. A natureza primordial, o espaço básico, não é bolha. As bolhas podem ser criadas, as terras puras podem ser criadas para abduzir os seres para um lugar onde todo o funcionamento ajude na liberação. É um lugar de passagem, onde as pessoas vêm e vão aproveitar todas as experiências para ampliar a lucidez e não para aumentar a estrutura e se equipar para equilibrar bambus de identidades.
Se vocês olharem as escolas, de modo geral, vão observar que elas desenvolvem métodos de equilibrar bambus, os mais variados. Nós precisamos, na verdade, de métodos para ampliar a lucidez. Só que os temas de lucidez não fazem parte dos currículos, nem de pós-graduação, nem de pós-pós. Não pertencem ao currículo, não existem! Nós estamos treinando as pessoas para algum nível de malabarismo. Existe uma estrutura que é o samsara. Estamos treinando as pessoas na habilidade de manterem as coisas girando dentro do samsara. Aquilo parece que é vitorioso, mas é furado! Tempos de degenerescência! A gente pega os melhores meninos e meninas e os coloca para equilibrar bambus! Eles viram chefes de equilibradores de equipes de bambus.
O que vai produzir uma diferença é a nossa conexão legítima com a sabedoria que está fora da roda da vida, o resto anda por si. É Guru Yoga. A essência é bodicita: a disposição de efetivamente trazer benefício aos seres. Nós vamos fazendo seja o que for e as coisas vão se ajustando, porque essa motivação termina criando o processo verdadeiro.
A minha sugestão é que façamos isso onde quer que a gente esteja. Nós não mudamos nada, por enquanto, e aquilo vai indo. Na medida em que ganharmos aptidão nisso, seguimos fazendo de outra forma. A mudança no plano sutil é que é o ponto principal e não na organização, na parte externa. Crucial é o lung, é o olho, é o elemento éter. Nós temos que trocar o elemento éter do samsara, do bambu, pelo elemento éter da compaixão, por exemplo. Ao olharmos a mesma coisa com o olho do samsara, a partir dos seis reinos, brota o lung referente a cada reino.
Vamos supor uma perversão do lung: a pessoa ouve sobre a questão  ambiental e pensa que vai montar uma estrutura para aproveitar o mercado emergente dos produtos ligados à consciência ambiental. Ela está olhando com olho do samsara – pegou um bambu para equilibrar – ela não está olhando como ela vai fazer coisas positivas, de fato. Não está olhando com compaixão; está vendo uma facilidade, ela aprendeu sobre aquilo, desenvolveu uma visão sobre as coisas, ela é capaz de localizar, mas ela não está com a motivação que vem de Sambogakaya; ela está com uma motivação comum do samsara. Ela lança um outro produto, com uma outra característica e vai produzir. Ela pode também montar uma agência de produção de eventos na área ambiental e ela vai ganhar não sei quanto, através do novo bambu, porque ela deixou de vender geladeira e começou a fazer alguma coisa na área ambiental. Mas ela não mudou a motivação – ela faz exatamente a mesma coisa, só trocou o produto. A pessoa segue um tempo assim, mas não vai muito longe também, porque, ou ela termina adotando o procedimento correto, ou ela termina sendo patrulhada – as pessoas vão começar a olhar e ver a limitação da motivação.
Ensinamento oferecido por Lama Padma Samten em retiro no Rio de Janeiro, em novembro de 2010.

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